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Teste de Rodapé 1

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Ofélia

Subo as escadas e tropeço em suas meias

Te pergunto o motivo de tanta desorganização

Você solta uma risada meio sem graça

E em meio ao caos segura a minha mão


Apesar de tudo a sua barba é bem-feita

Já o meu cabelo, um vulcão em erupção

Todo domingo você reclama da pia do banheiro:

Uma mistura de tinta laranja com hidratação


Como lava você me eclodia

Me irritava, mas não de fato

Ainda me lembro daquele dia

Que compramos um Mustang usado de 1994


Você finge ser durão, mas na verdade nem é

Descobri isso enquanto te assistia

Quem consegue chorar em plena luz do dia?

E ainda assistindo “A scandal in Bohemia” 


Você cantando é sem sintonia

Até um trânsito das 6 é mais sincronizado

Contudo, você sempre soube

Que é desse jeito que eu te quero ao meu lado


Sherlock Holmes que o diga

Quando você passa a madrugada fora

Eu adoro quando você volta

Pois quanto está longe eu me sinto morta


Adoro quando entramos na banheira

E também quando o clima está bom

Mas você se irrita quando eu demoro

Me chama de Ofélia no “Rio Avon”


Você é meu carnaval

Você é minha serpentina

E tudo o que eu mais quero agora

É ser a sua menina.

Canto alegórico

 Meu coração grita teu nome

Agora de longe sinto uma dor

Uma dor tão absurda que me consome

E me deixa em prantos e sem cor


Vem colorir a minha noite

Tirar de vez essa escuridão daqui

Me faz feliz, seja minha fonte

E me leva só pra ti


Vem causar os meus delírios

Me enlaça em teus desejos

Tateia os meus sentidos

E me envolve em teus beijos



Azul-mar

Quando eu te vi 

Nada imaginava 

Apenas estranhos 

Por nada esperava 


É até engraçado

Mas o estudo nos uniu

E nos faz sentir algo 

Que nenhum casal antes sentiu 


Azul céu

Azul mar

Azul de nós dois

Azul teu colar


Uma pergunta inocente 

Nos fez se aproximar 

E com teu beijo incandescente 

Me fez mergulhar no teu olhar 


A importância, o querer 

O carinho, o viver 

Você me faz sentir tudo isso

Mesmo sem saber 


Porque uma pergunta inocente

Nos fez se aproximar 

E com apenas o teu abraço

Me faz incendiar 


Você, eu

Nós dois e teu colar 

É tudo que eu preciso

Pra nunca mais voltar 


O infinito 

Desde que seja azul

Sempre será bonito 

Assim como eu, você e o azul-mar da terra do teu colar.

Escuro




Meu coração grita teu nome
Agora de longe sinto uma dor
Uma dor tão absurda que me consome
Que me deixa em prantos e sem cor

Vem colorir a minha noite
Tirar essa escuridão daqui
Me faz feliz, seja minha fonte
E me leva só para ti

Vem causar os meus delírios
Me enlaça em teus desejos
Tateia os meu sentidos
E me envolve em teus beijos.

Voodoo


Você me manipula, me corrompe, me formula
De onde vem tremenda gula?
Que ao ver-te despir sinto-me crua
Nua
Sua
Que tipo de magia você usa?
Porque você me tem e antes não tinha
E agora estou confusa
O que é que você fez que me atura?
E eu acho fatal o jeito que me tortura
Você me manipula, me corrompe, me formula
Se não chego na hora eu sinto sua fúria
Mas se preciso de você, és a minha cura.





Nada a ver


Por trás do teu pH neutro eu não imaginava
Eu juro que não via a erupção
Você conseguiu me dilacerar
Fez-me sangrar como antes nunca havia

Por que costuma doer assim, tão nada a ver
Aquele sentimento que era um soneto composto
Se desfez.
Aqueles versos com rimas prosaicas
Cadê?

Não vou desmanchar a composição das poesias
Por você

Que nada a ver
Aquele amor era de vitrine
Se ao menos existisse eu não estaria aqui
Escrevendo o meu martírio sem crase no feminino.

Quando "for pra ser", quem vai saber?
Como vou ter a certeza  de que é o certo?
(Do tipo que compõe comigo aquelas músicas infantis e que não enxuga minhas lágrimas porque nunca vai me fazer chorar.)

Que nada a ver
eu ter pensado que era você.

Tua acidez me corroeu por inteira
Nem amigos éramos, relação estranha
Sem amor
Sem paixão
Sem afeto
Sem carinho
Sem estrutura, igual essa droga aqui escrita.
Sem você.

Eu não sei.

Que nada a ver.



Silêncio

Silêncio. Daquele que causa arrepio na espinha. Isso me destrói, me corrói, dói. Por que não és meu? Eu preciso sentir mais do que o vento no parapeito da janela. Preciso de você e algumas velas. O que preciso fazer pra respirar dentro de você? Me faça tua, sem lençol, nua. A noite não vem à toa pra quem quer sentir a sintonia. Me  abrace, me enlace, todo dia. Sinto-me desfalecida sem ouvir a melodia da canção. Me agarre e não solte a minha mão. Porque esse silêncio já não faz mais sentido, se você sabe o caminho então não diga estar perdido. Por que não és meu? Só preciso de uns CD’S e do teu amor puro, no escuro.
Silêncio

Antes de te amar

Antes de te amar
Eu me amei primeiro
Seu cabelo meio que unilateral
Sua pele com barba bem feita
Me pego às vezes
Ainda pensando no dia que te conheci
Tantas brigas intermináveis
Que até hoje
Ainda quero te dizer o que não disse
Minha pele bem cuidada
Só para tuas mãos deslizar macias em meu corpo
Eu fazia questão
De usar a hidratação mais cara
Pra você sentir no cheiro da minha pele
Dessa vez, eu juro
Que eu acreditei que terminaria bem
Que no final da noite eu te esperaria chegar do trabalho
Com um sanduíche talvez queimado
Mas com amor pra te dar
Que seríamos um só
Buscando o melhor pra depois
Sermos três
Ou talvez quatro, se adotássemos um cachorro
Porquê eu aprendi que amor não é poesia
Amor pode ser uma calcinha suja de sangue no banheiro
A pia suja de tinta de cabelo
A toalha compartilhada
Economizando a água do chuveiro
Num banho universal.
Amor é comer brigadeiro
É nunca ver um filme inteiro
Pois preferíamos nos aninhar
Acontece que não parece ser suficiente
Que mesmo tendo pensamentos diferentes
E opiniões distintas
E brigas mal ditas
E...
Amor não é só isso.
A insatisfação que se aparece
É mais que ‘justificável’ pra você esquecer
Quem é que aguentou as brigas
Os choros
Os sorrisos amarelos
Fui eu
Datas comemorativas
Esquecidas
Todos os presentes não comprados
Todas as mentiras contadas
A arrogância gratuita
Toda a astúcia
Foi você
Espero que você entenda, não agora, mas que entenda
Que o que perdeu
É tão mais empírico que matar a saudade
Que ter a ânsia de repetir
Algo que nunca foi feito
Espero que esteja satisfeito
Em me fazer de imbecil
Com o amor de camelô
Que você fingiu
Mentiras, sempre mentiras
Mentiras insaciáveis
Você não para
Você gosta disso
Gosta de tudo
Mas o amor de verdade
Você desconhece
Espero que encontre alguém que te supra
Que complete tua euforia de ter sempre mais um
Pra enganar




Corpos sem flores

Foi amando outra amada
Almejando outra estrada
Que você me quebrantou

Foi a mentira
A promessa não cumprida
Tua falta de lealdade
Que me dilacerou

Por instantes me sentia tua
No afago de palavras doentias
Que só mais tarde fui perceber
O quão mentiroso era você

Dei tudo o que precisava
Fui além do que bastava
Até diminuta me fiz
Para ser tua namorada

Ó, que fiz a ti?
Veja o que fizeste a mim!
Ainda quer me fazer sentir mal
Pelo fato de você ter sido banal

Afagos nunca pedi
Tampouco quis amores
Que além de insanos eram sem cores
Que além de desbotados eram sem flores

Ó, quão majestoso ficaste
Se achando o mais puro escalarte
Que nem consegue
Contar a verdade

Agora somos dois mortos
Sem amores, sem cores
Sem mentiras, nem favores
Apenas dois corpos sem flores

Dez perfeito

  • Sinto falta de um beijo incandescente Falta de passar a noite conversando premissas Por que tudo muda de maneira tão repentina? Você nem está mais na minha lista
  • Você era meu carnaval
  • Meu feriado predileto Nosso beijo derramava serpentina Eu era a 'sua menina' O que aconteceu com nós dois? Por que nunca deixávamos as brigas pra depois? O que nunca foi bom nunca será E o que era bom já foi Saiba que você era o meu 10 perfeito Sua falta me deixava de cama Seu beijo me deixava entorpecida E o seu toque me deixava em chama Tudo se foi Mas se foi por completo? Agora nem ao menos diz que me ama O sentimento partiu, pegou um trem e foi embora Mas o que um dia senti por ti Acho que estou sentido agora Não por você, não por nós dois Mas por outrem que está comigo nessa hora O que era um dez pra mim Hoje já não é mais nada Mas quando de fato eu disse estar apaixonada Era porquê eu estava

Atlas e axis


–  Vamos no sentar? Ele perguntou enquanto olhava o meu vestido. – Claro! Respondi sorrindo.
Eu juro que tentei parecer casual, mas aquele sorriso dele me desmanchava inteira. 
– Vou ligar o som se você não se importar. – Me importar? Ele me olhava  com timidez. – Claro que não me importo, mas tem que acertar na música. Enquanto eu ligava o som podia sentir ele se movendo bem atrás de mim. Me virei. – Ele me surpreendeu com um beijo e andamos enquanto nos beijávamos mergulhando diretamente no sofá de sua sala. – Aquela música de fundo tocava, e todo o mundo era nosso. Só nos dois e aquele arrepio que percorria toda a  minha medula. – Ei, espere. – Por quê ? Ele retrucou. – Porque eu preciso acender umas velas. – E depois, me concede aquela dança? – Aquela? –Sim, eu ganhei um pedido e já escolhi, quero dançar com você. – Só depois de terminar de me beijar.

Ah, como eu queria seus lábios próximos ao meu atlas e ao meu axis. Preciso de você.



Outono

Eu só quero alguém que me faça sentir
Alguém que com pouco encha o meu copo
Que com muito consiga desviar o meu foco
E me deixe sem rumo ao tocar dos lábios

Eu só quero alguém que eu sinta o cheiro de longe
Que deseje deitar ao lado ao invés de estar longe
Que aprecie um bom vinho e me leve não sei onde
Mas que consiga o mundo todo sem sair do lugar

Quero ter a sensação do outono e  abraçar alguém ao vento
Saber que naquele momento
Nada destruirá o sentimento
Nem depois

Saber que mesmo com todo o conhecimento
Ele sempre tenha algo para aprender comigo
E mesmo já sabendo
Eu fazendo questão de perguntar pra ouvi-lo falar

Eu quero você
Você me quer?
Porque posso te dizer como toda a minha fé
Que eu preciso do gosto de café que você tem

Eu quero mais uma dança com você
Me leve pra conhecer lugares novos
Ou ter sensações novas
Ou....

Você

Eu quero você.
Acho que apenas isso agora
Mas depois de você
Vou te querer de novo.

Verso em flores

Fui ingênua em acreditar que era real vindo de você
Me tornando cada dia envolvida e só pensando em querer
Fui ingênua pra não perceber suas mentiras e falsas promessas;
A não enxergar sua falta de caráter desde o princípio,
A apenas te querer comigo.
Ingênua fui em achar que tapas cicatrizariam o rombo no meu peito
Que com o tempo eu esqueceria de todo o momento
Que  com sangue você me enganou;
Que me feriu, me martirizou
Me fez sangrar como nunca me amou.
Sei que suas mentiras permanecem,
Sei que sua infidelidade sempre cresce
E que buscas sempre um novo amor
Então vá e não volte outrora
Porque teu amor que antes foi embora
Agora de fato nunca voltou
Sabe aquela flor que você mandou?
Nunca chegou.

Não vou

Não posso fazer isso sem ao menos tentar sobreviver
Às vezes penso em findar tudo e evitar sofrer
Tudo por conta do passando mal pensado
Você me enriquece quando está ao meu lado
Edifica minha vontade de viver
Fortalece minha ânsia de querer
Está perto de ti é o meu medicamento
Ter a tua ajuda é todo o meu tratamento
Preciso muito de ti
E não, não vou desistir de mim.

Escrevo pra quem não merece.