Subo as escadas e tropeço em suas meias
Te pergunto o motivo de tanta desorganização
Você solta uma risada meio sem graça
E em meio ao caos segura a minha mão
Apesar de tudo a sua barba é bem-feita
Já o meu cabelo, um vulcão em erupção
Todo domingo você reclama da pia do banheiro:
Uma mistura de tinta laranja com hidratação
Como lava você me eclodia
Me irritava, mas não de fato
Ainda me lembro daquele dia
Que compramos um Mustang usado de 1994
Você finge ser durão, mas na verdade nem é
Descobri isso enquanto te assistia
Quem consegue chorar em plena luz do dia?
E ainda assistindo “A scandal in Bohemia”
Você cantando é sem sintonia
Até um trânsito das 6 é mais sincronizado
Contudo, você sempre soube
Que é desse jeito que eu te quero ao meu lado
Sherlock Holmes que o diga
Quando você passa a madrugada fora
Eu adoro quando você volta
Pois quanto está longe eu me sinto morta
Adoro quando entramos na banheira
E também quando o clima está bom
Mas você se irrita quando eu demoro
Me chama de Ofélia no “Rio Avon”
Você é meu carnaval
Você é minha serpentina
E tudo o que eu mais quero agora
É ser a sua menina.